domingo, 27 de setembro de 2009

Eu, o estudo e o tempo de tudo

Eu, o estudo e o tempo de tudo

A fome e o verso no estudo
O tempo que assombra esse muro
Me veste, me rasga e impele as grades do mudo

Me rendo as raízes do fruto,
Raízes do tempo que assolam meu mundo
Tempo, que com pompa, joga no escuro
Me assemelha, o vento, em dunas, e em tudo

Eu o tempo, do acento, no intento do obscuro
Que o invento não me cai e se quer posso-te em lume

Eu, o tempo do Invento
Eu, o soneto imperfeito
Eu, a obra incompreensível

Eu, a morte do saber, em verdades absolutas
O cego fascinado pelo ópio que lhe rega
Brinquedo, do atento sedento


Eduardo Manciolli

2 comentários:

  1. sinceramente lindo. você escreve muito bem, sério. falou muito comigo isso que você escreveu rs
    to seguindo aqui :)

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  2. Profundo, triste e cálido. Gostei do poema, já te sigo no twitter e nem imaginava q escrevia tão bem. Seguindo aqui tb.
    Até
    ps: leia "Brindando Cogumelos"
    http://vanessacornelio.blogspot.com/2009/09/adendo-brindando-cogumelos.html

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